De acordo com informação disponibilizada pelo ICNF, e passa-se a citar “A sua introdução involuntária na Europa ocorreu em 2004 no território francês, tendo a sua presença sido confirmada em Espanha em 2010, em Portugal e Bélgica em 2011 e em Itália em finais de 2012”.
Em 2012 foram detectados os primeiros ninhos de Vespa velutina (Vespa velutina nigrithorax) em Portugal continental, concretamente no arvoredo localizado nas margens do Rio Lima perto da sua Foz, em Viana do Castelo. No início de Janeiro de 2012, procedeu-se à georreferenciação desses ninhos e deu-se início ao processo de destruição.
Com base nas coordenadas referentes à localização dos ninhos, criou-se um projecto em ambiente de Sistemas de Informação Geográfica que foi posteriormente atualizado com informação relativa a: rede viária, rede hidrográfica, cartografia de uso e ocupação do solo, altimetria e localização de apiários. Este projecto foi desenvolvido no sentido de se estudar a dispersão da vespa velutina nos Concelhos de Viana do Castelo e de Ponte de Lima. Os primeiros resultados permitiram criar uma carta de potencial dispersão, atendendo ao padrão de evolução analisado.
Cronologia
•2012 – Viana do Castelo – 1ª reunião de trabalho e levantamento georreferenciado dos 1º ninhos: Comando da GNR de Viana do Castelo, Protecção Civil de Viana do Castelo, Câmara Municipal de Viana do Castelo, APIMIL, UTAD – José Aranha
•2013 – Vila Nova de Cerveira – Análise da dispersão espacial da vespa asiática no Noroeste de Portugal. VII Jornadas do Mel do Alto Minho – José Aranha
•2016 – Projecto GesVespa – POSEUR-15-2015-11– HAND ON VESPA: Working group for assessing regional scale environmental risks and best guidance practices on control and preventing the spread of exotic Vespa velutina in northern Portugal. Dr.ª Joana Godinho – INIAV – José Aranha & Nazareth Crespo
•2017 – Grupo Operacional – “Controle e minimização de prejuízos da Vespa velutina nigrithorax (Vespa Velutina) na produção apícola”
. Dr.º Telmo Pinto – Dolmen – José Aranha & Nazaret Crespo
Em 2017, à data de apresentação dos resultados do projecto Projecto GesVespa – POSEUR-15-2015-11– HAND ON VESPA, e apenas relativamente ao Norte de Portugal, tinham sido reportados, aproximadamente 8400 ninhos, segundo a distribuição apresentada
na Tabela 1.
De acordo com os resultados obtidos até à data, no âmbito do projecto GESVESPA e em colaboração tanto de algumas CIMs como de algumas Câmaras Municipais, é fundamental apanhar as Vespas fundadoras (rainhas) no início da Primavera, de modo a que não criem colónias e não se dispersem. No âmbito do trabalho que a UTAD tem desenvolvido neste projecto, a detecção precoce de ninhos e a procura de ninhos primários é fundamental para tentar apanhar as fundadoras.
O modelo de dispersão criado por José Aranha (UTAD) em 2013 permitiu verificar que relativamente à NUT III e para os anos 2014, 2015 e 2016, a maior parte dos ninhos reportados localizava-se nas zonas de maior susceptibilidade à dispersão da espécie, como se mostra na Figura 1.
Os ninhos secundários tanto podem localizar-se em árvores baixas ou em telhados, sendo por isso facilmente visíveis, como podem localizar-se em árvores altas, como por exemplo eucaliptos adultos.
Neste caso, é muito difícil de ver os ninhos, não só pela distância ao solo como pelo facto desta espécie florestal apresentar folhas todo o ano.
Como consequência e como continuidade do projecto GesVespa a UTAD em parceria com a Dolmen (Desenvolvimento Local e Regional, CRL) e outras entidades, quer individuais quer colectivas, submeteu um projecto para criação de um Grupo Operacional “Controle e minimização de prejuízos da Vespa velutina nigrithorax (Vespa Velutina) na produção apícola” sendo que um dos objectivos é o de seguir o voo das vespas desde os apiários até ao ninho. Uma vez localizado o ninho, procede-se à
monitorização do mesmo quer para estudar a melhor forma de o destruir
quer a dinâmicas das vespas na zona envolvente.
O procedimento obedece a seguinte metodologia:
· Captura de vespas vivas, sem as ferir;
· Colocação de um micro transmissor no dorso;
. Ligar um RADAR Marítimo e identificar o micro transmissor;
· Libertar as vespas e seguir o seu voo quer através do RADAR quer através de uma câmara instalada a bordo de um veículo aéreo não tripulado (VANT – Drone);
· Filmar e fotografar o ninho;
· Fazer voos nas imediações dos ninhos identificados e procurar novos ninhos;
Posteriormente, estes dados serão inseridos no Sistema de Informação
Geográfica já criado e usados para melhorar o modelo de susceptibilidade
à dispersão da Vespa velutina.
Fonte: https://vozdocampo.pt/